Um ano do incêndio no Museu Nacional
Instituição mais antiga do país, museu foi consumido pelas chamas; reconstrução já começou e local deve estar pronto em 2025
Instituição museológica e de pesquisa mais antiga do país, o Museu Nacional fez 200 anos em junho de 2018. O museu foi criado em 1818 por decreto de D. João VI
O palácio foi a residência da família real e também o local de realização da primeira Assembleia Constituinte da República
No dia 2 de setembro de 2018, um domingo, um curto circuito num aparelho de ar condicionado no térreo do museu deflagrou um incêndio que consumiu durante seis horas boa parte do acervo e do prédio
Os pisos de madeira e os materiais inflamáveis das coleções favoreceram o alastramento das chamas. O fogo afetou a estrutura do Palácio São Cristóvão, provocando o colapso do teto do prédio histórico e dos demais andares
Peças que não foram afetadas pelo fogo acabaram sendo atingidas pelo desabamento. Durante o incêndio, funcionários tentaram salvar o que era possível
O acervo somava mais de 15 milhões de itens. Algumas coleções foram completamente perdidas, como a que reunia 12 milhões de insetos. Sarcófagos e múmias da coleção egípcia também foram destruídos pelas chamas
A peça mais preciosa do museu, o crânio de Luzia, o fóssil humano mais antigo das Américas, com 12 mil anos, foi salva, com algumas escoriações passíveis de recuperação
Ossos das múmias egípcias foram recuperados, bem como amuletos feitos em metal que estavam nos sarcófagos. Cerâmicas indígenas foram salvas. Os meteoritos também sobreviveram intactos às chamas e ao calor
Os trabalhos de garimpo nos escombros do incêndio seguem em ritmo acelerado: 50 salas já foram completamente limpas; restando agora apenas 15 a serem garimpadas até o fim deste ano
O telhado provisório já foi instalado para proteger o prédio e deve ter a restauração iniciada ainda este ano
Boa parte das peças garimpadas nos escombros do museu estão sendo tratadas e recuperadas em trailers instalados do lado de fora do palácio e que estão funcionando como verdadeiros laboratórios
R$ 16 milhões foram liberados pelo governo federal: R$ 1 milhão para a fachada; R$ 10 milhões para o reforço da estrutura; os demais R$ 5 milhões estão destinados à Unesco, para a elaboração do projeto de restauro
A doação mais substanciosa recebida pelo museu veio da Alemanha: um total de € 230 mil (cerca de R$ 1 milhão). Outros R$ 350 mil vieram por meio de doações para o SOS Amigos do Museu.
R$ 55 milhões
foi o valor de uma emenda aprovada pela Câmara dos Deputados e apresentada pelos representantes do Rio para a reconstrução do museu. Desse total, R$ 43 milhões já foram liberados e aguardam licitações por parte da UFRJ, que é responsável pela administração do museu
foi o valor de uma emenda aprovada pela Câmara dos Deputados e apresentada pelos representantes do Rio para a reconstrução do museu. Desse total, R$ 43 milhões já foram liberados e aguardam licitações por parte da UFRJ, que é responsável pela administração do museu
O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, estima que, até o fim do ano, todo o trabalho de garimpo esteja concluído. A restauração interna do prédio está prevista para começar dentro de um ano, em setembro de 2020
A expectativa é de poder reinaugurar, pelo menos algumas salas do palácio para os visitantes já em 2022. A devolução do museu totalmente restaurado para a sociedade está prevista para 2025
Editor Executivo Multimídia
Fabio Sales
Edição de Fotografia
Rafael Luiz Arbex
Editor Assistente Multimídia
Adriano Araujo
Reportagem
Roberta Jansen
Edição de texto
Paloma Cotes
