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ReligiãoCírio de Nazaré

A maior manifestação religiosa do Brasil no coração da Amazônia

O Círio Fluvial reúne cerca de 400 embarcações na Baía do Guajará, em Belém do Pará. Há jet skis, lanchas, chalanas. O navio militar H37 transporta a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré.
A imagem da santa é desembarcada na chamada “escadinha” da estação das Docas. Um carro aberto a aguarda para participar da “moto romaria”. No total, são doze romarias que compõem os festejos do Círio.
Os moto romeiros chegam cedo para garantir os melhores lugares, próximos à “Nazinha”, um dos apelidos que os belenenses deram para a santa - é comum os fiéis chegarem com 5 horas de antecedência.
A Casa de Plácido acolhe os “promesseiros”, peregrinos que caminharam dezenas, às vezes centenas de quilômetros, até a capital. Voluntários lavam seus pés, fazem massagens e servem refeições.
A cerimônia de trasladação acontece sempre no segundo sábado de outubro. Neste ano, foi dia 12. Nossa Senhora de Nazaré é levada da Basílica até a Igreja da Sé, em uma procissão que se inicia no fim da tarde.
Para cada romaria, é preparada uma coroa de flores naturais diferente. Uma berlinda, espécie de andor, é utilizada para transportar a imagem. A trasladação é considerada informalmente a “romaria dos jovens”.
Logo na madrugada do dia 13 de outubro, pagadores de promessa percorrem o trecho da Igreja da Sé até a Basílica de joelhos. Eles são auxiliados por parentes e desconhecidos que os incentivam a terminar o trajeto.
Os fiéis passam a noite nas ruas da região do mercado Ver-o-Peso. A procissão sai de manhã, fazendo o percurso contrário ao do dia anterior, indo da Igreja da Sé até a Basílica de Nazaré.
A corda é considerada o “cordão umbilical” entre os fiéis e a santa. No passado, a berlinda era transportada em carro de boi, que atolou em uma região alagadiça. Uma corda foi utilizada para tirá-lo dali, dando início à tradição.
Antigamente, havia uma parte na corda destinada às mulheres e uma parte para os homens. Hoje, ambos os gêneros caminham lado a lado, orando e pagando suas promessas.
Ao longo do trajeto, os fiéis vão ficando encharcados de suor e água, que é jogada por pagadores de promessa, que os auxiliam a terminar o trajeto de cerca de 3 quilômetros entre as duas igrejas.
Uma regra estabelecida entre os promesseiros é: todos que vão para a corda precisam estar descalços, para não machucar os demais com pisadas ao longo do trajeto.
Fiéis transportam a “estação” - estrutura de alumínio utilizada para “balizar” a corda ao longo do percurso. São quatro estações usadas, a maior delas, e mais disputada pelos peregrinos, tem 37 metros de comprimento.

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Fotografia e Reportagem
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