Fotos e vídeos: Tiago Queiroz/Estadão

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CidadesHip Hop no Trem

Jovens de diferentes regiões de SP ganham dinheiro dançando no Metrô

Cansados de procurar emprego formal e avessos a trabalhos em escritórios, um grupo de jovens formou o “Hip Hop no Trem”.
O grupo combina as apresentações via Whatsapp e, com um pequeno som portátil, vão de vagão em vagão. Eles preferem dançar na linha 2-Verde, aos finais de semana.
Danilo Martins, 29 anos, inicia as apresentações com a seguinte fala: “Somos um grupo de dançarinos que costumava se apresentar em festas e nas ruas e agora está mostrando sua arte no metrô”.
Logo, ele começa a performance alternando passos de “lagartixa” e all style, criando um estilo único. Danilo até tentou trabalhar em um emprego com horário para entrar e sair. Tinha crachá, era auxiliar de limpeza.
Única mulher do grupo, Aline Tofalo, 25 anos, conheceu Danilo - a quem sempre se refere como “parça” - numa festa no centro de São Paulo. De lá surgiu o convite para se apresentar no grupo.
Aline não têm trabalho fixo, mas possui outras ocupações além da dança: faz maquiagem para festas. Tenta garantir seu lugar ao sol no mundo dos “influencers”. Em sua página do Instagram, tem 18 mil seguidores.
As apresentações começam por volta das 10h. Depois, o grupo faz uma pausa para o almoço e volto ao batente à tarde. Eles dançam até por volta das 23h.
As apresentações fazem sucesso entre os usuários do Metrô. Tem gente que aplaude, dá moedas e dinheiro e tem até quem peça o contato do grupo e uma conta bancária para fazer um depósito.
Robert Orlando, 25 anos, é o mais performático dos integrantes da trupe. Ele dá 'mortais' em meio aos vagões e chama a atenção com um estilo meio 'matrix' de dança.
Robert é morador da ocupação Casa Amarela, na Rua da Consolação, e diz que quando dança é o único momento em que pode ser “ele mesmo”.
Kennedy Ronaldo, 25 anos, estreou no metrô no dia desta reportagem. Mas sua história com a dança é antiga. Morador do Rio Pequeno, zona oeste, começou a dançar em 2009 estimulado por um professor.
Kennedy participou de campeonatos de dança e já transitou entre os quatro elementos do hip hop: o MC (mestre de cerimônia), o DJ, o grafite e o b-boy ou b-girl.
Em dias bons, cada membro do grupo chega a ganhar R$ 50. Com o dinheiro, eles pagam contas, fazem supermercado.
Danilo herdou o talento da mãe, Luiza dos Santos Camargo, 63 anos, com quem vive no Jaçanã, zona norte. Na adolescência, Dona Luiza costumava fugir de casa para ir a bailes de samba rock.

Editor Executivo Multimídia
Fabio Sales

Edição de Fotografia
Tiago Queiroz

Edição de Vídeo
Marcos Müller

Editor Assistente Multimídia
Adriano Araujo

Designer Multimídia
Danilo Freire

Reportagem
Paloma Cotes