Gregg Newton/Reuters

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CidadesMorcegos entre nós

Adaptados à vida nas cidades, espécies que se alimentam de insetos vivem em áreas urbanas de SP; acidentes com animais cresceram 101% neste ano.

Únicos mamíferos capazes de voar, os morcegos se adaptaram à rotina das cidades ao longo dos anos e estão presentes não só em parques; os que comem insetos podem “morar” no forro das residências.
Para entender o comportamento das espécies,
biólogos e veterinários da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente percorrem áreas verdes para obter informações sobre os “morcegos paulistanos”.
O fotógrafo Tiago Queiroz acompanhou uma
expedição ao Parque Cidade de Toronto
, na zona oeste da cidade. O objetivo era quantificar o número de espécies encontradas e coletar material para exames na USP.
A equipe chega às 16h30 para começar a montagem das redes. Foram coletados 11 morcegos insetívoros, um morcego nectarívoro e um morcego frugívoro.
O trabalho foi até 21 horas.
A sala de administração do parque é transformada em um “laboratório de campo” pelos pesquisadores. Os animais capturados vão sendo pesados e são coletadas amostras de saliva, sangue e fezes.
Com hábitos variados de alimentação, os mais comuns na capital paulista são os insetívoros, que consomem mosquitos, moscas, besouros, entre outros.
De acordo com especialistas, os morcegos podem comer até metade do próprio peso em uma só noite. Ao contrário do que muitos pensam, enxergam bem e exercem mais o papel de heróis na natureza do que de vilões.
Além dos insetívoros, existem também os frugívoros, que comem frutas e os nectarívoros se alimentam de néctar. Diversas árvores dependem deles para serem polinizadas.
Também há os carnívoros, que se alimentam de pequenos roedores e os piscívoros, que comem peixes. Há os hemátofagos, que se alimentam de sangue. Esses três tipos são mais raros em ambientes urbanos.
Mas a chegada deles ao ambiente urbano fez o número de acidentes crescer. Dados da Prefeitura mostram que a cidade teve 107 casos no ano passado. Neste ano, até 4 de novembro, foram 216 – alta de 101%.
No mundo, há 1.411 espécies de morcego. No Brasil, são 182 espécies confirmadas. Morcegos vivem, em média, 20 anos. De cada gestação, nasce apenas um filhote.
Ao encontrar um morcego, a recomendação é não pegá-lo. Também é necessário ter cuidado ao limpar o local onde os morcegos se instalaram. A capital paulista não tem registro de raiva humana autóctone desde 1981.

Editor Executivo Multimídia
Fabio Sales

Editora Multimídia
Regina Elizabeth Silva

Editor Assistente Multimídia
Adriano Araujo

Designer Multimídia
Gisele Oliveira

Reportagem
Paula Felix e Tiago Queiroz

Fotos
Tiago Queiroz

Edição de texto
Paloma Cotes