Liderado por Ned Ludd (ilustração), Ludismo segue como referência de revoltas contra máquinas

Revolta contra máquinas faz parte da História – e também do futuro

A tecnofobia, que tem como principal referência o ludismo após a Revolução Industrial, se fez presente em outros momentos de transformação

A revolta contra as máquinas é uma preocupação para o futuro, de acordo com especialistas. Mas outros momentos da História também registram embates entre homens e a tecnologia.

Após a Revolução Industrial, no século 19, a Inglaterra foi palco de ataques contra máquinas. A violência partia principalmente de artesãos que viam na automação da indústria têxtil uma fonte para o desemprego. Liderados por Ned Ludd, revoltosos marcaram o ano de 1812 na história britânica por uma série de ataques contra adventos tecnológicos. O movimento, conhecido como ludismo,é sinônimo ainda hoje para levantes violentos contra a automação.

Kaczynski sendo levado por agentes federais em 1996

Conhecido como Unabomber, Theodore Kaczynski enviava cartas-bombas para uma série de autoridades americanas. A Revolução Industrial era apontada como o grande mal da sociedade, e Kaczynski via nos atos um protesto contra o sistema. O terrorista atuou entre 1978 e 1995, causando a morte de três pessoas, além de deixar 23 feridas, com o envio de 16 cartas. Atualmente, Kaczynski cumpre pena no Colorado após ser condenado a oito sentenças de prisão perpétua. O caso foi a inspiração para uma série da Netflix: Manhunt.

Um tipo de neoludismo vem acontecendo na América Latina. O grupo Individualistas que Tendem ao Extremo (ITS), surgido no México em 2011, ganhou notoriedade. As ações em solo mexicano valeram menção no estudo do Centro Europeu de Luta Contra o Terrorismo (CECT). Em 2019, ataques contra autoridades, a exemplo do presidente do serviço de metrô de Santiago, Louis de Grange, colocaram o Chile em alerta e deram maior atenção ao ITS. Indícios apontam que o grupo também possui ramificações em países como Brasil e Argentina.

O novo ciclo de terrorismo com viés tecnofóbico segue a teoria de David Rapoport, pesquisador americano, de que ondas de terror duram, em média, cerca de 40 anos. As outras quatro motivações para ciclos anteriores seriam, para Rapoport: a Anarquista, no século 19; a Anticolonial, iniciada na década de 1920; a Esquerdista, datada da década de 1970; e a Jihadista, que está em curso.

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