Você provavelmente já ouviu falar do famoso meme Choque da Uva, do jornalista e atual senador Lasier Martins (“Ai! Ai!”). Em 1996, ele estava ao vivo no Jornal do Almoço, na RBS TV, quando foi surpreendido por um choque de 220 volts ao segurar um dos cachos de uva que estavam na exposição da Festa da Uva, em Caxias do Sul (RS). 

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O vídeo postado no YouTube dez anos mais tarde virou meme e hoje já conta com mais de 6 milhões de visualizações. Mas por que o Lasier levou um choque tocando na uva? E será que uva realmente conduz eletricidade? Essa e muitas outras perguntas sobre o tema são respondidas neste episódio.  

Para nos ajudar, entrevistamos Cláudio Furukawa, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), que esclarece tudo sobre choques elétricos. Conversamos também com Regina de Carvalho, professora e pesquisadora aposentada do Departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), para destrinchar a formação dos raios. E ainda batemos um papo interessante com o ator Sérgio Malheiros, que conta que decidiu ser ator após ter tomado um choque de 500 volts.  

Minha Vó Tá Certa?

• O professor Cláudio Furukawa, do Instituto de Física da USP, explica por que é possível levar um choque no banho mesmo usando chinelo de borracha. Ele também confirma que é necessário tirar os aparelhos da tomada em dias de chuva e desfaz o mito de que não se pode usar o celular ou ficar na frente do espelho quando está trovejando.
• “O celular manda ondas eletromagnéticas, mas essa quantidade de energia é muito pequena. Não seria causa para levar um choque. Mas é bom tirar a televisão e a geladeira da tomada, porque, às vezes, a corrente elétrica flui através do fio mesmo”, explica Furukawa.

Manja do assunto

• O convidado do quadro é o ator Sérgio Malheiros, o eterno Raí, da novela global Da Cor do Pecado, de 2004. Ele conta como tomou um choque de 500 volts quando tinha 5 anos.  
• “Eu lembro de ser tão forte que foi como se você estivesse com uma câimbra nos músculos. (…) Todos os seus músculos, ao mesmo tempo, travados. Foi horrível!”, recorda o ator.
• Sérgio Malheiros fala, inclusive, que decidiu ser ator após a repercussão do choque na imprensa.

Ajuda aqui! 

• O tema eletricidade pode cair nos vestibulares. De acordo com o professor de Física do Poliedro Vitor Ricci, as provas costumam cobrar os circuitos elétricos. “Para essas questões, você precisa conhecer os dispositivos: resistores, geradores, receptores e capacitores. E as formas de associação: série e paralelo”, aconselha. 
• Ricci também recomenda que o vestibulando fique de olho nas equações clássicas, como a 1ª Lei de Ohm, que resolve a maioria dos problemas de circuitos elétricos. Podem aparecer nas provas, ainda, questões sobre eletrostática e eletromagnetismo.

Prêmio IgNobel

• O Prêmio IgNobel deste episódio foi para um artigo de Medicina, publicado em 1991, que descreve a ineficácia do uso de choques elétricos para tratar picadas de cobra.
• Dois médicos observaram o caso de um paciente de 28 anos mordido acima do lábio por sua serpente de estimação. Para evitar o envenenamento, o homem colocou o cabo de vela da ignição do carro em cima do lábio enquanto um amigo dava partida no veículo. O resultado? Ele tomou um choque tão grande que ficou inconsciente e precisou reconstruir os lábios.

Créditos 

Produção: Isaac de Oliveira, Marcela Coelho, Milena Teixeira e Samuel Lima
Roteiro: Felipe Goldenberg e Rodrigo Sampaio
Apresentação: Guilherme Bianchini e Mariana Hallal
Edição de áudio: Felipe Goldenberg 
Edição do episódio: Carla Miranda e Luiz Fernando Teixeira 
Convidados: 
Cláudio Furukawa – professor do Instituto de Física da USP
Regina de Carvalho – professora e pesquisadora aposentada do Departamento de Física da UFMG
Sérgio Malheiros – ator
Vitor Ricci – professor de Física do Poliedro