Direto ao ponto

03:51 Para engenheira de alimentos, “é possível obter muitos dos ingredientes que hoje são de origem animal de outras formas”

10:11 Maureen Santos: “Você tem que pensar antes do veganismo, na democratização da alimentação saudável”

14:54 Minha Vó Tá Certa? E essa história de que vegano só come legumes?

16:50 Manja do Assunto: Vitória, do grupo Anavitória: “Eu sei o que eu estou fazendo para o meu corpo”

19:11 Ajuda Aqui! Bioquímica e Fisiologia Humana

20:30 Prêmio IgNobel: O homem que fotografou as próprias refeições por 34 anos

(Som de “bip”)

Guilherme Bianchini: Aí, Mariana, vamos gravar rápido porque eu tenho mais meia hora. Eu tenho de me encontrar com a consagrada depois daqui.

Mariana Hallal: Tu vai deixar de fazer o trabalho para ir sair com mulher, é isso?

G: Eu vou!

M: Tu é muito gado, Guilherme.

G: Ah, você é mais do que eu.

M: Eu não sou não.

G: É sim. Você quer que eu conte as histórias?

M: Não, não, não! Ô Bárbara, corta aí!

(VINHETA: trilha sonora acompanhada da locução “Você está ouvindo Choque da Uva, a ciência no cotidiano”)

M: Com certeza você conhece alguém que virou vegano recentemente.

G: Seja aquela sua prima ou alguma celebridade como Anitta, Isabelle Drummond e até mesmo a Xuxa. 

(Entra áudio da Xuxa falando “Eu sou vegana, assumo, grito para que todo mundo ouça que eu amo os animais. Por isso, eu não posso comê-los”).

M: Mas para você que ainda não entendeu muito bem o que isso significa, a gente vai ajudar.  Veganos são as pessoas que não consomem nenhum produto de origem animal.

G: E a gente não está falando só de comida.  Os veganos evitam consumir qualquer tipo de produto que envolva a exploração da vida animal pelo homem. 

M: Isso vai desde peixe e ovo até coisas que a gente nem imagina, como sacolas plásticas e pneus. 

G: Pneus? 

(Entra áudio de disco arranhando).

M: É, aderir ao veganismo pode não ser tão simples quanto parece.  Mas os defensores desse estilo de vida dizem que ele é essencial para preservar o planeta.  Isso porque toda a cadeia da pecuária envolve grandes emissões de gases poluentes, desmatamento e um gasto absurdo de água. 

G: Mas se os animais estão presentes em tantas esferas assim da nossa vida, será que é possível o mundo inteiro virar vegano?  Eu sou o Guilherme Bianchini.

M: E eu sou a Mariana Hallal.  

G: E esse é o Choque da Uva, o novo podcast que explica a ciência de uma maneira diferente.

M: Os produtos de origem animal são tão presentes na nossa rotina que é difícil imaginar uma vida sem eles. Têm coisas que a gente nem imagina que usam restos de animais na sua fabricação. 

G: A gordura animal, por exemplo, é encontrada em algumas sacolas plásticas.  O material é produzido a partir da queratina de frango, que é uma proteína encontrada nas penas e nos bicos do animal.  Sua função é proteger essas estruturas de fatores externos.  

M: Outro produto que você provavelmente não sabia que possui vestígios de animais são os pneus.  Eles são compostos por um ácido que se chama ácido esteárico e ajuda a borracha a manter a sua forma.  

G: O ácido esteárico é feito a partir da gordura de bois e também está presente nos fogos de artifício.  Ele ajuda a evitar a oxidação dos metais presentes nos fogos e permite o armazenamento por mais tempo. 

M: Até mesmo alguns instrumentos musicais têm vestígios de animais.  A cola mais adequada para firmar instrumentos de madeira, como o violino e o piano, é a cola animal feita a partir da fervura de ossos e de couro. 

G: Doideira!

M: E nem nos produtos de higiene e limpeza os bichinhos se salvam.  Até alguns amaciantes, xampu e pasta de dente têm origem animal.  Isso sem falar nas roupas que têm como matéria-prima a lã, o couro… 

G: Tem mais uma coisa de origem animal que me surpreende até hoje: a camisinha.  Alguns preservativos usam na fabricação caseína, que é uma proteína do leite. Esse produto ajuda a tratar o látex. 

M: É, mas isso aí não é desculpa para não usar camisinha.  Tem algumas marcas que receberam o selo da Vegan Society porque não usam nada de origem animal. 

G: Agora você deve estar se perguntando: Tem como substituir o animal na fabricação de produtos tão diferentes?  

M: Para responder isso, vamos conversar com Maria Eduarda de Lemos.  Ela é engenheira de alimentos e faz parte da Sociedade Vegetariana Brasileira. 

G: O grupo possui o selo vegano, que garante que as empresas fazem produtos livres de uso animal e não usam os bichinhos em testes. Hoje, o selo já tem mais de 2 mil produtos certificados.

Maria Eduarda de Lemos: É possível, sim, você obter muitos dos ingredientes hoje que são de origem animal de outras formas, como origem mineral, origem vegetal ou até mesmo origem sintética. Nós, daqui do Selo Vegano, estamos trabalhando juntamente com as indústrias não só no processo de certificação, mas de uma certa forma incentivando o desenvolvimento de novos produtos, diferentes daqueles de origem animal. A gente consegue perceber que diferentes segmentos estão cada vez mais buscando realmente essas alternativas.

M: Um exemplo para isso é a taurina, um composto obtido do boi e que está presente em energéticos. A substância pode ser sintetizada em laboratório, a partir da reação de aziridina com ácido sulfúrico ou de uma série de outras reações iniciadas com óxido de etileno e bissulfito de sódio.

G: Como é mais barato sintetizar em laboratório do que tirar a taurina do boi, os veganos podem ficar tranquilos se estiverem precisando daquela energia. 

Maria Eduarda de Lemos: A gente sabe de todos os impactos negativos que produtos de origem animal têm nas esferas de consumo de um ser humano. Não só para a própria saúde como para o meio ambiente.

M: Existe essa demanda por produtos veganos? As empresas estão interessadas em desenvolver tecnologias para substituir os produtos de origem animal?

Maria Eduarda de Lemos: O que a gente vem vendo é o boom de produtos, principalmente na área de carnes, os substitutos das carnes de origem animal. Mas não só isso: a gente já vem vendo vários snacks, salgadinhos, bebidas, iogurtes, chocolates e vários produtos da área de panificação sendo produzidos, muitas vezes em largas escalas, com ingredientes alternativos. 

G: Gerar matéria-prima para tantos produtos exige a manutenção de um rebanho imenso.  O problema é que a criação desses animais provoca inúmeros estragos ao meio ambiente.  

M: Só no Brasil há quase 220 milhões de cabeças de gado. Eles ocupam uma área total de 220 milhões de hectares. Isso é quatro vezes a área do Estado da Bahia.

G: É gado demais. Toca o berrante, Bárbara.  

(Entra áudio de berrante seguido da música-tema da novela “Rei do Gado”).

M: Se você aprendeu que o dióxido de carbono é o principal vilão entre os gases que causam o efeito estufa, espera até você saber do metano.

G: O metano presente no pum da vaca é 20 vezes mais prejudicial que o famoso dióxido de carbono. 

M:  Já a produção de um litro de leite consome 3.100 litros de água.  A carne é o que mais gasta: a proporção é de 15 mil litros para um quilo. 

G: E você preocupado em fechar a torneira enquanto escova os dentes…

M: Quem passou esses dados para a gente foi a Maureen Santos, coordenadora de programas da Fundação Heinrich Böll. 

(Encerra áudio de música-tema da novela “Rei do Gado”).

G: E tem mais: segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a FAO, cerca de 80% de toda a terra usada para o plantio produz comida para o gado. Isso porque já não basta que a vaca precise de muito espaço para crescer, ela precisa se alimentar. 

M: E bota comida para isso! O levantamento do professor Marco Springmann, da Universidade de Oxford, mostra que para produzir 1 quilo de carne, a vaca demanda mais de 10 quilos de grãos. Já o porco precisa de 6 quilos e a galinha, de 4 quilos.

G: Por que a gente simplesmente não para de comer carne?

(Entra áudio da música “Meat is Murder,” da banda The Smiths)

M: A conta não é tão simples assim. Em 2019, a pecuária deve trazer R$ 234 bilhões para o Brasil.  A estimativa é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Dentro dessa cadeia tem uma série de pequenos produtores que dependem dessa atividade para sua subsistência.  Isso sem falar nos produtos de origem animal, que ainda não temos tecnologia suficiente para substituir. 

G: A Maureen também conversou com a gente sobre isso e explicou como seria a transição ideal para um mundo vegano. 

Maureen Santos: Você tem de pensar, antes do veganismo, na democratização da alimentação saudável. Porque em muitos lugares do Brasil nem sequer chegam frutas e verduras produzidas de forma sustentável. Até para você pensar nessa forma de transição, você também tem de ter um recorte. E tem muita gente ainda está fora de qualquer escala de consumo. Então, é uma combinação de escolhas, mudança de lei e mudança de política pública.

M: E não são apenas o meio ambiente e os animais que saem prejudicados dessa história. O excesso de proteína e gordura animal provoca obesidade, problemas no fígado e doenças cardiovasculares. 

G: Se você consome muita carne, fica ligado. Pessoas que pesam 70 quilos, por exemplo, devem consumir apenas 56 gramas de carne por dia.  

M: É muito pouco.

G: Para fazer a conta, você só precisa multiplicar o seu peso por 0,8.  

M: Isso tem explicação.  Nosso corpo tem um limite de armazenamento de proteínas. Quando ele é excedido, o corpo busca outras estratégias para guardar essa substância. 

G: E não adianta aumentar a quantidade de proteína pensando em ganhar mais músculos, porque esse excesso de consumo pode acabar sendo convertido em aumento de gordura e de peso. 

M: Também há estudos que mostram que o excesso de proteína na refeição pode contribuir para um aumento da excreção do cálcio.  A longo prazo, isso pode representar redução da densidade óssea. 

G: Quem explicou tudo isso para gente foi a nutricionista Fernanda Ferreira dos Santos.  Ela falou também sobre a importância da proteína animal na nossa dieta e como fazer substituições de maneira saudável. Confira aí:

Fernanda Ferreira dos Santos: Proteína é o nome dado a um conjunto de aminoácidos. E o nosso corpo tem a capacidade de produzir alguns desses aminoácidos, que seriam os aminoácidos não-essenciais e os parcialmente essenciais. Mas em determinadas situações, como em casos de uma infecção aguda ou de um trauma, o nosso corpo desloca recursos para outras áreas e pode não produzir esses aminoácidos parcialmente essenciais. A proteína de origem animal tem esse diferencial de possuir todos os aminoácidos essenciais em sua composição. Nem toda proteína de origem vegetal tem todos esses aminoácidos. Então, quando uma pessoa segue a dieta com exclusão da proteína animal, ela tem de ter uma preocupação maior de ter uma variedade maior de fontes de proteína vegetal para que ela consiga cobrir as necessidades diárias desses aminoácidos que compõem essa categoria essencial.

M: A proteína é fundamental para o bom funcionamento do nosso organismo.  Ela é estocada na forma de músculos e também está presente nas nossas vísceras e nos nossos órgãos. 

G: E a proteína também participa da produção de enzimas, de hormônios, da produção de células do sistema de defesa…  E quem não ingere proteína na alimentação pode ter até problemas no sistema imunológico. Então, com tudo isso, será que é possível substituir a proteína animal na alimentação de maneira saudável?

Fernanda Ferreira dos Santos: Sim, é possível que se pare de comer proteína animal sem que isso prejudique a sua saúde, desde que exista um planejamento e uma adequação do padrão alimentar dessa pessoa para que ela obtenha todos aqueles aminoácidos essenciais e parcialmente essenciais de outras fontes. Então, selecionar bem quais são os alimentos de origem vegetal, pensando sempre na variedade, não ficar só com um tipo de alimento rico em proteína. Variar quais são as fontes para que tenha uma variedade de aminoácidos que são consumidos a cada refeição. É possível recorrer a leguminosas, como lentilha, soja, grão de bico. Recorrer ao Tofu, alguns cereais também, como o arroz, algumas hortaliças, como brócolis e espinafre. São alimentos que têm uma considerável quantidade de proteínas.

(Entra áudio da música “Comer Comer”, da Eliana)

(Entra áudio da trilha oficial do Choque da Uva). 

M: Guilherme, eu tenho uma amiga vegana e toda vez que a gente sai para comer e ela conta que é vegana as pessoas enchem ela de perguntas.  Querem saber se ela não vai morrer por comer carne, se ela só come legumes. Parece que as pessoas realmente desconhecem a dieta do vegano. 

G: Isso aí tá parecendo os papos da minha vó que sempre me mandava comer carne.  Mas será que essa preocupação faz sentido? A nutricionista Fernanda nos ajuda de novo a desvendar isso. E aí Fernanda, a Minha Vó Tá certa? 

(VINHETA: trilha sonora acompanhada da locução “Minha Vó Tá Certa?”)

Fernanda Ferreira dos Santos:  Eu diria para essa vó que não, que o neto dela não vai morrer se ele parar de comer carne, desde que ele faça as escolhas alimentares adequadas, que ele faça as substituições. E essa frase nos remete a um ponto muito importante que são as questões sociais ligadas à escolha desse estilo de vida, mesmo se a pessoa tem um padrão alimentar vegetariano ou se ela faz algum tipo de restrição por conta de alguma doença, alguma alergia, alguma intolerância alimentar, a forma como os familiares e os amigos, toda essa rede de apoio lida, interfere muito na qualidade de vida dessa pessoa. Uma refeição em família é para ser algo prazeroso e algumas vezes acaba sendo um momento de atrito. Não precisaria ser assim, se houvesse mais espaços para discutir esse tema. Existem muitas possibilidades para que a pessoa tenha uma alimentação saudável, para que ela tenha uma boa qualidade de vida.

M: E essa história de que vegano só come legumes, tem algum fundamento?

Fernanda Ferreira dos Santos: O vegano come legumes, come cereais, come leguminosas, come frutas, come de tudo um pouco. Apenas o padrão dele não é o mesmo do que algumas pessoas. Isso não quer dizer que ele está errado. Sempre gosto de reforçar a importância do planejamento para distribuir bem as escolhas alimentares, porque ser vegano não necessariamente é uma coisa cara. É possível escolher alimentos que sejam acessíveis, alimentos sazonais. Um indivíduo vegano não come só vegetais, ele tem uma alimentação muito rica e, às vezes, muito mais interessante do que de uma pessoa que se alimenta com carne. Isso varia muito de pessoa para pessoa. 

G: Muito obrigado, Fernanda!  E para seguir esse papo sobre veganismo, a gente traz uma convidada… singular.  

(Entra áudio da música “Singular”, da dupla Anavitória).

M: A cantora Vitória, da dupla Anavitória, é vegetariana e está caminhando para o veganismo. Ela conversou pessoalmente com a repórter Sandy Oliveira. Quer saber mais sobre esse estilo de vida?  A Sandy e a Vitória nos contam:

(VINHETA: trilha sonora acompanhada da locução “Manja do Assunto”). 

Sandy: Oi, pessoal do Choque! Tudo bem?  Eu sou Sandy Oliveira e vim aqui no evento do Spotify para conversar com a cantora Vitória, do grupo Anavitória. a gente vai bater um papo sobre vegetarianismo e veganismo. Vitória, o que esse estilo de vida representa pra você? 

Vitória: Cara, é uma benção divina, porque eu sei que eu estou fazendo para o meu corpo, para o universo. Condiz com tudo o que eu penso. É muito difícil, ao mesmo tempo, por causa da minha vida, que é doida. Fora que eu sou uma pessoa extremamente desorganizada. Eu falo com todas as minhas amigas e elas ficam assim: ‘Vai, Vi, vai dar certo!’. Cada dia é uma vitória diferente, sabe? Mas, enfim, estou caindo em tentação esses dias aí, em viagem. Estou triste, mas vou voltar. E é assim que eu vou. Eu sempre penso em dar o meu melhor todos os dias, sabe? Eu sei o quanto eu contribuo para o mundo em questão. A gente já sabe disso, está cansado de saber, em relacionado à indústria, relacionado ao nosso corpo. 

Sandy: Como você se tornou vegetariana? Como tá sendo essa transição para o veganismo?

Vitória: De um jeito muito natural. Há quase cinco anos eu sou vegetariana e já flerto com o veganismo há um tempo. A gente fica vai, não vai, vai, não vai. Em casa eu sou vegana no meu lifestyle inteiro. O que eu compro, a minha vida. Agora, de comida eu ainda tomo leite, às vezes. Em casa, não. Mas na rua às vezes é impossível. É impossível com a indústria que existe no momento. Agora, acho que se a gente entendesse que o mundo está acabando e a gente precisa fazer alguma coisa com isso e todo mundo quisesse fazer, era só fazer.

Sandy: Obrigada, Vitória! É isso, gente, vou ficando por aqui. Até a próxima!

M: Então, a gente está falando de proteína e de comida. Sabe do que eu lembrei? Quando eu fiz Enem, em 2014, havia uma questão sobre esses assuntos.

G:  Eu lembro. 2014 foi o ano do meu vestibular também. Eu acertei essa questão. Você acertou?

M: Não lembro, já faz tanto tempo. E para lembrar disso, eu vou chamar o professor de Biologia André Carmo. Ele dá aula no Colégio Anchieta, lá de Salvador, na Bahia, e vai mostrar como esses conteúdos podem cair na prova.

(VINHETA: trilha sonora acompanhada da locução “Ajuda Aqui”).

André Carmo: Olá, queridos. Eu sou o professor André Carmo, professor de Biologia, e eu vou dar uma dica para vocês hoje sobre o tema veganismo. E como esse tema veganismo pode ser cobrado em avaliações? Olha só, nos principais vestibulares do Brasil esse tema está relacionado basicamente a dois conteúdos: o primeiro conteúdo é bioquímica. E, dentro de bioquímica, o tema proteínas. Porque esse tema vai versar exatamente sobre os aminoácidos essenciais e os aminoácidos naturais. O essencial é aquele que você precisa adquirir através da alimentação. Portanto, um tipo de escolha, de abstinência de alguns derivados da carne, em que se perca o acesso a esses aminoácidos, levará a algum dano ao organismo. Um outro tema que pode cair relacionado ao veganismo é fisiologia humana. E, dentro dele, o tema sistema digestório. O vestibulando pode ser cobrado sobre as enzimas que degradam proteínas a nível de esôfago e intestino; pode ser cobrada também a intolerância à lactose, que é um açúcar presente no leite dos bovinos. São os temas que a gente vai ver com maior recorrência. Então, de fato, veganismo é um tema que cai nas provas.

(VINHETA: trilha sonora acompanhada da locução “Prêmio IgNobel”).

G: E chegamos ao grande momento do programa. É hora do prêmio mais inusitado da ciência mundial. É hora do Prêmio IgNobel.

M: Lá em 2005, o japonês Yoshiro Nakamatsu faturou essa grande honraria por uma pesquisa inacreditável. Nessa época, ele tava fotografando, por um período de 34 anos, o conteúdo de todas as refeições dele.

G: É tipo um Boyhood da gastronomia.

M: A ideia do Nakamatsu era pegar essa grande amostra para analisar os hábitos alimentares e correlacionar com o processo criativo. Ao todo, foram 35 anos de registro diário.

G: E como resultado, hoje, a dieta dele se resume a 55 alimentos considerados ideais, por ele mesmo, para longevidade e para criatividade. Aí vai alternando entre um e outro. Definitivamente, um homem à frente do seu tempo.

M: E o Yoshiro Nakamatsu é uma verdadeira celebridade no Japão. Tem até apelido: NakaMats. Ele alega ter cerca de 4 mil patentes, o que seria um recorde mundial. Só para efeito de comparação, o  Thomas Edison, que inventou a lâmpada, a câmera cinematográfica e a bateria de carro, teve só 1.093 patentes.

G: Está com nada, Thomas Edison.

(Entra áudio da trilha oficial do Choque da Uva).

G: E este foi o Choque da Uva, o novo podcast de ciência que explica tudo o que você está a fim de saber. 

M: Você pode nos encontrar também nas redes sociais.  É só procurar @choquedauvapod no Twitter, no Instagram, no Facebook e no YouTube.  Eu sou Mariana Hallal. 

G: E eu sou Guilherme Bianchini. 

M: O roteiro é meu, Mariana Hallal, do Levy Teles e da Bárbara Rubira, que também fez a edição desse episódio.  

G: A produção contou com Heloísa Scognamiglio, Marcela Coelho, Milena Teixeira e Sandy Oliveira.  

M: A gente espera vocês no próximo episódio. Até lá! 

G: Tchau, tchau!