Allana da Silva tem 15 anos e já se destaca na classe T38, para atletas com deficiência física decorrente de paralisia cerebral. Verônica Hipólito, de 22, é campeã paralímpica, sul-americana e parapanamericana na mesma categoria. As duas se conheceram nas paralimpíadas escolares, no fim de novembro. E toparam, a nosso convite, trocar experiências – de vida e no esporte – pelo WhatsApp.
A caçula Allana, de Uberlândia, nasceu com paralisia cerebral e começou no atletismo há apenas dois anos, incentivada pelos padrinhos. Na conversa com Verônica, mostra uma curiosidade aguçada, quer saber como são as competições internacionais. Também revela que o início foi difícil, que chegou a pensar em desistir porque ficava muito cansada durante os treinamentos. Mas os resultados começaram a aparecer. Nas paralimpíadas escolares, ela foi medalhista de ouro nos 75 metros na T38.
Verônica, ao contrário, conta que se apaixonou na primeira corrida. Hoje, ela disputa os 100, 200 e 400 metros e o salto em distância. A jovem conta que entrou no atletismo para se divertir e fala da batalha de todo atleta de verdade por um milésimo de segundo a menos no tempo de prova. Tem a perseverança de quem desde muito cedo se acostumou a superar obstáculos. Verônica descobriu um tumor no cérebro aos 13 anos. Em 2011, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC). Ao todo, retirou cerca de 200 outros tumores. Sem nunca abandonar o esporte.
Generosa, dá dicas para Allana. A principal? “Nunca se esqueça o motivo pelo qual você decidiu continuar com o atletismo.” As demais você lê aqui, nesta conversa divertida e emocionante.