Beatriz Aneas tem 16 anos e joga no Bradesco Osasco. A um aniversário de se credenciar a uma vaga na primeira seleção brasileira feminina de base, ela treina pesado para conquistar a tão sonhada convocação. Em busca da excelência, Beatriz se espelha em grandes nomes do basquete. Um deles é Hortência Marcari, uma das maiores da história das quadras. Com experiência de sobra, a ‘Rainha’ dá a receita para o sucesso: “Acabando o treino, fique mais um pouco para trabalhar algum fundamento. Insista até ficar perfeito. Faça o seu melhor e um pouco mais.” A convite do Estado, as representantes de distintas gerações do esporte brasileiro também conversaram sobre episódios, dilemas e desafios da modalidade.
Considerada uma das melhores jogadoras brasileiras, Hortência detém recordes e títulos que a credenciaram para o Hall da Fama da Federação Internacional de Basquete em 2007. Na década anterior, conquistou medalhas de ouro no Pan-Americano de 1991 e no Campeonato Mundial de 1994, além de virar a maior pontuadora da Seleção Brasileira. Na conversa, ela fala sobre a trajetória até o estrelato. “Você terá de colocar o basquete em primeiro plano e abrir mão de festas, baladas, namorados… Tem de ser assim ou você não conseguirá chegar lá. É o preço do sucesso.”
Nascida após a aposentadoria de Hortência, Beatriz atua na posição de armadora e pretende viver do basquete. A jovem aproveita a oportunidade com a Rainha para pedir dicas e relatos. No bate-papo, Beatriz tira dúvidas, expõe inseguranças e pergunta sobre medidas para o desenvolvimento do basquete feminino. “Nas categorias de base do Brasil, principalmente femininas, não há muitas seleções, e isso às vezes desanima as jogadoras.”
No diálogo, as duas também abordaram as deficiências da modalidade e trocaram elogios na esperança de um futuro melhor para o basquete feminino brasileiro. Confira: