Fã – o que vem a sua cabeça quando você se depara com essa palavra? Uma fila de pessoas acampadas em frente a um estádio meses antes de um show? Histeria, gritaria, choro, confusão? Para além dos estereótipos, todo mundo é fã de alguma coisa. Pode ser um cantor ou cantora, um ator ou atriz, um time de futebol, uma escola de samba, uma novela, um reality show ou até um game. E a ciência tem uma explicação pra isso.

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Para entender melhor a jornada dos fãs, o Choque da Uva entrevistou o neurocientista Tiago Bortolini, que explicou o que acontece no cérebro de um fã desde o momento em que ele se depara com seu ídolo pela primeira vez. Conversamos também com o psicanalista Christian Dunker para entender o processo social de se tornar fã e com a pesquisadora de cultura pop Adriana Amaral, que falou sobre a identificação dos fãs com seus ídolos. Ainda batemos um papo com o cantor Péricles, que contou como virou fã da cantora cubana Camila Cabello. 

Minha Avó Tá Certa?

• A família deve se preocupar quando crianças e adolescentes começam a cultivar ídolos?
• O Choque da Uva conversou com Leila Tardivo, especialista em psicologia infantil e professora da USP, e de acordo com ela, “as crianças crescem na base da identificação” e a busca por ídolos faz parte do processo de desenvolvimento do ser humano.
• Leila pontuou que os adultos não devem proibir as crianças de acompanharem seus ídolos, desenhos ou games. Mas precisam ficar atentos já que há uma maior vulnerabilidade dos pequenos por ainda estarem em processo de formação.

Manja do Assunto

• O convidado do quadro é o cantor Péricles, um dos sambistas mais queridos do Brasil. Ele contou como virou fã da cantora pop Camila Cabello e por que decidiu gravar “Havana”, um dos sucessos da artista. 
• “Eu conhecia o trabalho dela quando ela fazia parte do Fifth Harmony. Desde então, virei fã e acompanho muito de perto o som dela”, conta o cantor.

Ajuda Aqui!

• O professor de Sociologia e História Victor Ikeda explica como a dinâmica dos fandoms pode aparecer em provas e vestibulares. 
• Segundo o professor, o tema pode aparecer nas redações e em questões de História. “Questões que abordem como os governos exploram o fanatismo de grupos, buscando alguma aproximação com eles, por exemplo”, explica. 

Prêmio IgNobel

• O Prêmio Ignobel desse episódio foi concedido a cientistas japoneses que analisaram o efeito da música na recuperação de pacientes que passaram por transplantes cardíacos. A parte curiosa é que os pacientes eram ratos.
• Os pesquisadores expuseram os camundongos transplantados a três tipos de música: a ópera La Traviata, Mozart e músicas do gênero New Age. 
• O que descobriram foi que os pacientes que ouviram Mozart ou a ópera tiveram uma sobrevida do órgão transplantado muito maior dos que ouviram as frequências únicas ou Enya. Em resumo, a ópera ajudou a produzir substâncias que controlam as imunorreações do corpo.

Créditos

Produção: Adriano Cirino, Marina Aragão, Rayssa Motta e Samuel Costa
Roteiro: Carla Menezes, Marcela Coelho, Rayssa Motta e Samuel Costa
Apresentação: Carla Menezes e Diego Kerber
Edição: Bruno Nomura
Convidados: Adriana Amaral – coordenadora do Cultpop, grupo de pesquisa em cultura pop, comunicação e tecnologias da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos)
Christian Dunker – psicanalista, professor de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) e autor do livro Mal-estar, sofrimento e sintoma: uma psicopatologia do Brasil entre muros
Gilda Paoliello – psiquiatra, psicanalista e professora de pós-graduação em Psiquiatria do Instituto de Pesquisa e Ensino Médico
Leila Tardivo – especialista em psicologia infantil e professora da USP
Péricles – cantor
Tiago Bortolini – neurocientista do Instituto D’Or especialista em psicologia evolutiva
Vitor Ikeda – professor de Sociologia e História da Escola Bílingue Pueri Domus