Marco Antônio Germano, que é robotista no Senai
Marco Antônio Germano atua como robotista desde 2014, e já trabalhou em diferentes setores, da indústria à automação residencial.

Robotista, o maestro da Indústria 4.0

Com formação multidisciplinar, quem ocupa a vaga programa os robôs de uma indústria para trabalhar em conjunto

Todo robô industrial, por mais forte que seja, precisa de um humano para guiá-lo. Esse humano é o robotista, uma das profissões altamente valorizadas na Indústria 4.0. A profissão não requer formação específica, mas muitas empresas pedem experiência com os equipamentos na hora da contratação.

Marco Antônio Germano, de 27 anos, é robotista. Ele se formou em 2014 no curso de Mecatrônica do Senai de São Caetano do Sul e desde então trabalhou em diferentes áreas, da automação residencial até a robótica industrial. “Gostava de robótica e vi que para atuar na área eu teria de ser um mecatrônico”, conta ele, que hoje atua como robotista nas escolas móveis do próprio Senai.

A ocupação ainda não tem regulamentação no Brasil e, por isso, pode ser exercida por qualquer profissional. Mesmo assim, cursos mais indicados para quem quer atuar na área, como o de mecatrônica e o de robótica industrial, têm registrado aumento na procura. Onde Germano estudou, por exemplo, há lista de espera para entrar em um desses programas.

“As profissões estão sendo demandadas porque cada vez mais nós precisamos de pessoas que trabalhem com a parte intelectual, a parte do conhecimento, interação e programação dos dispositivos automáticos”,

Felipe Siqueira, coordenador de atividades técnicas do Senai

Segundo Siqueira, a região do ABC paulista tem buscado profissionais capazes de lidar com a robótica industrial, uma vez que é o maior polo da indústria automotiva nacional. “O profissional de mecatrônica é multidisciplinar. Por isso, ele tem sido muito bem aceito”, diz ele. No curso, os alunos trabalham com as principais marcas de robótica industrial, aprendendo a programar seu funcionamento em uma linha de produção.

As fábricas que produzem robôs oferecem treinamentos para as equipes que vão lidar diretamente com os equipamentos nas linhas de produção. Wagner Rodrigues, gerente geral da operação brasileira da Fanuc, fabricante de robôs industriais, afirma que o trabalhador que vai lidar com um robô não precisa de uma formação universitária, por exemplo.

Conheça alguns cursos para se tornar robotista no Brasil e no exterior

Oportunidade de mercado

A vantagem de se tornar um robotista é que o mercado de robôs cresce, com crise ou fora dela. “Na recessão, as empresas automatizam para cortar custos. Quando a economia cresce, elas automatizam porque precisam aumentar a produção”, diz o executivo.

Placa com aviso para não entrar na área de trabalho dos robôs
Nem todos os robôs podem trabalhar com humanos. E é preciso saber programá-los à distância.

Para 2019, a Federação Internacional de Robótica (IFR, na sigla em inglês) acredita que mais de 480 mil  robôs industriais devem chegar às fábricas. São 100 mil a mais do que foi vendido em 2017 no mundo todo. Na América Latina, o crescimento deve ser de 21% nos próximos três anos.

No Brasil, a previsão da IFR é de que 3.500 devem ser adquiridos neste ano, parece pouco, mas é um aumento de quase 200% sobre três anos atrás. Mesmo durante a crise, o setor se acelerou no País. A Fanuc afirma que, cresce 25% ao ano desde 2013 no mundo. 

Linha de produção de automóveis
No mundo, as maiores chances de emprego para o robotista estão na indústria de automóveis, que é a mais robotizada.

Um robô colaborativo, que pode trabalhar com humanos, é um dos mais modernos. Ele tem câmeras para detectar a presença de uma pessoa e sensores de força que fazem com que ele pare seu movimento quando é tocado pela mão humana. Felipe Ferreira, gerente comercial da empresa, afirma que estes robôs são usados em linhas de produção que andam em menor velocidade. Para fazer soldas, eles não são recomendados, mas para inspeção, conseguem fazer um bom trabalho.

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