A oitava edição da Copa do Mundo de Futebol Feminino vai começar no próximo dia 7 de junho e pela primeira vez terá cobertura completa da televisão brasileira. Os 52 jogos da competição terão transmissão garantida, com os jogos da seleção brasileira pela primeira vez sendo narrados por Galvão Bueno na Globo e as demais partidas do torneio passando na Band e no canal pago SporTV.
Pela terceira vez a competição volta para a Europa: a França, que já sediou a Copa do Mundo masculina duas vezes, em 1938 e 1998, recebe esta edição. O jogo de abertura, entre a seleção do país-sede e a Coreia do Sul, será realizado no estádio Parc des Princes, em Paris, o mesmo que recebeu a final do torneio masculino em 1998. Já as semifinais e final da competição serão realizadas no estádio Parc Olympique Lyonnais, em Lyon. Outras sete cidades francesas também vão receber jogos.
Veja a tabela completa da Copa do Mundo Feminina de Futebol
A seleção dos Estados Unidos é a maior campeã da competição, com três títulos desde a 1ª edição do torneio, em 1991, e tentará defender o troféu levantado na última edição. A Alemanha, que tem dois títulos, além das seleções de Noruega e Japão, cada uma com um título, também buscam ampliar a sua sala de troféus no Mundial deste ano.
A fórmula da competição é simples: 24 seleções são classificadas via torneios regionais como as versões femininas da Copa América e da Copa Africana de Nações. Elas são divididas em seis grupos de quatro participantes cada. Os dois primeiros colocados de cada agrupamento e os quatro melhores terceiros colocados gerais se classificam para a fase eliminatória para decidir quem leva o título mundial.
Uma das maiores questões levantadas nos anos que antecederam esta edição da Copa do Mundo foi o prêmio que a seleção vencedora recebe ao final da competição. Em 2015, a seleção feminina dos Estados Unidos ganharam US$ 2 milhões (cerca de R$ 8 milhões) contra US$ 35 milhões (aproximadamente US$ 140 milhões) que a Alemanha faturou ao levar o título masculino em 2014.
Após grande comoção que quase gerou boicote de várias das principais jogadoras mundiais, a Fifa resolveu dobrar o prêmio do vencedor da competição deste ano para US$ 4 milhões (R$ 12 milhões), com a promessa de ir fechando o enorme buraco que ainda existe nas próximas edições dos torneios. A França recebeu US$ 38 milhões (R$ 153 milhões) de prêmio na Copa do Mundo masculina no ano passado.
A FIFPro, organização que representa os jogadores mundiais, chamou o aumento da premiação de irrisório e criticou a Fifa por ampliar o abismo que separa os dois torneios e deixar a entidade longe do ideal de igualdade que ela prega.
Uma competição do calibre da Copa do Mundo de Futebol Feminino não poderia deixar de ter uma série de estrelas do esporte mundial competindo. O grande destaque é Marta, a atacante brasileira de 32 anos que tem o recorde de gols marcados na competição e foi escolhida seis vezes como a melhor jogadora do mundo pela Fifa. Participando do seu quinto Mundial consecutivo, a jogadora do Orlando Pride dos Estados Unidos quer seu primeiro título no torneio.
Os Estados Unidos, seleção favorita para levar o título na França de acordo com as casas de apostas, conta com uma seleção multicampeã com os destaques sendo Megan Rapinoe e Lindsey Horan, ambas finalistas da Bola de Ouro. A Alemanha vai se escorar na meia Dzsenifer Marozsan, capitã do time que liderou as alemãs para a medalha de ouro nas Olimpíadas do Rio em 2016.
A França vai tentar ganhar o título em casa com a volante e capitã Amandine Henry, que ganhou tudo com o Olympique Lyonnais e agora quer confirmar a boa fase do país com o título mundial. A ausência mais sentida na Copa do Mundo é outra jogadora do Lyon, a atacante norueguesa Ada Hegerberg, ganhadora da Bola de Ouro em 2018 que se aposentou da seleção em 2017, aos 23 anos, como posicionamento contra a federação da Noruega e como ela gerencia o futebol feminino em seu país.
Leia abaixo uma prévia mais detalhada dos grupos e das seleções que os compõem. Em parênteses está a cotação nas casas de apostas de Las Vegas das chances de título. Isto é, quanto uma pessoa ganharia caso apostasse um dólar na seleção.
Grupo A
França (7/2)
Participando da sua quarta Copa do Mundo, o país-sede vai jogar sob a pressão de chegar a uma final pela primeira vez e repetir o sucesso que a seleção masculina teve no Mundial de 2018. Ocupando o quarto lugar no ranking da Fifa, a França é liderada pela capitã Amandine Henry, que quer coroar a boa temporada pelo Lyon na seleção.
Noruega (30/1)
Sem a sua melhor jogadora, Ada Hegerberg, as pretensões da Noruega neste Mundial ficam mais complicadas. Campeãs mundiais em 2011, o time escandinavo vai contar com a experiência de boa parte do elenco que levou o título há oito anos, incluindo a influência da zagueira Maren Mjelde, que se destaca nas cobranças de falta.
Coreia do Sul (60/1)
Jogando o Mundial pela terceira vez, a Coreia do Sul vai contar com o chute certeiro da atacante Ji So-yun para tentar garantir classificação para a fase eliminatória da competição pelo segundo Mundial consecutivo.
Nigéria (250/1)
Uma das poucas seleções a conseguir classificação para todas as Copas, a Nigéria quer se classificar para a próxima fase pela primeira vez em sua história e a presença da atacante Asisat Oshoala, uma das principais revelações do futebol feminino nos últimos anos, pode garantir isso.
Grupo B
Alemanha (11/2)
Atual campeã olímpica e segunda colocada no último ranking da Fifa, a Alemanha é uma das favoritas para ganhar seu terceiro título mundial na França apesar de ter balançado nos últimos anos, incluindo uma campanha ruim na Copa SheBelieves de 2018, quando teve um empate e duas derrotas. A jogadora de destaque da seleção é a capitã Dzsenifer Marozsan.
Espanha (25/1)
Após uma classificação irretocável para o Mundial com cem por cento de aproveitamento e só dois gols sofridos, a Espanha quer crescer em sua segunda participação na competição e conseguir classificação para o mata-mata pela primeira vez. A zagueira Irene Paredes fez justiça ao seu sobrenome e deve se consolidar como uma das principais defensoras do mundo.
China (50/1)
Vice-campeã em 1999, a China já foi uma das grandes seleções mundiais e hoje tenta voltar ao patamar que já alcançou com uma das seleções mais jovens da competição. Li Ying, atacante que é a artilheira da Copa da Ásia de 2018 com sete gols, é a grande esperança da seleção.
África do Sul (500/1)
Participando da Copa do Mundo pela primeira vez após conseguir a classificação com um vice-campeonato na Copa Africana de nações de 2018, a África do Sul vai tentar surpreender e conseguir uma improvável classificação. A zagueira Janine van Wyk, com 166 jogos pela seleção, é a destaque do time.
Grupo C
Brasil (20/1)
Vindo de uma sequência de nove derrotas consecutivas, o time comandado pelo técnico Vadão precisa superar a má fase recente para ganhar o principal título que ainda falta na estante da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Seleção vice-campeã mundial em 2007 e medalha de prata nas Olimpíadas de 2004 e 2008, o sucesso do Brasil no competição ainda depende do desempenho da atacante Marta, que se recuperou de uma lesão na coxa e potencialmente participa da sua última Copa.
Austrália (20/1)
Vice-campeã das últimas duas edições da Copa da Ásia, a Austrália participa da sua sétima Copa consecutiva e tenta passar das quartas-de-final da competição pela primeira vez. Com uma seleção que mescla experiência e renovação, a capitã Sam Kerr, eleita nos últimos dois anos como a artilheira do campeonato norte-americano, se posiciona como o grande destaque.
Itália (50/1): Jogando a Copa do Mundo pela primeira vez desde 1999, a Itália joga o Mundial com o objetivo de coroar o processo de reconstrução da seleção encabeçado pela técnica Milena Bertolini. A meia-atacante Barbara Bonansea é a principal jogadora no esquema tático montado por Bertolini.
Jamaica (1000/1): Apelidadas de Reggae Girlz, a seleção da Jamaica se tornou o primeiro país do Caribe a conseguir classificação para a Copa do Mundo Feminina de Futebol. Após quase acabar em 2008, a seleção conseguiu se reerguer graças ao investimento de Cedella Marley, filha de Bob Marley, no futebol feminino jamaicano. Escolhida pelo jornal The Guardian como a jogadora do ano em 2018, a artilheira Khadija Shaw é a esperança da Jamaica na competição.
Grupo D
Inglaterra (7/1): Após um investimento maciço no futebol feminino feito pela federação inglesa nesta década, a Inglaterra chega à França com muita expectativa após uma terceira colocação no Mundial de 2015, uma classificação invicta e com só um gol tomado e o título na Copa SheBelieves deste ano. A atacante Jodie Taylor, artilheira da Eurocopa de 2017, se destaca na seleção.
Japão (14/1): Buscando chegar à sua terceira final consecutiva na Copa do Mundo, a seleção do Japão chega como uma das favoritas para conquistar seu segundo título após surpreender o mundo e derrotar os Estados Unidos na final de 2011. Mana Iwabuchi, que aos 26 anos participa da competição pela terceira vez, é a principal jogadora da seleção.
Argentina (100/1): Se a seleção masculina da Argentina é considerada uma das melhores no mundo, a feminina ainda está muito atrás em termos de investimentos para alcançar esse nível. Conseguindo a classificação para a Copa do Mundo pela primeira vez desde 2007 no sufoco em repescagem contra o Panamá, a capitã Estefania Banini guia o time na busca de um bom resultado no torneio.
Escócia (100/1): Fazendo sua estreia na Copa do Mundo, a Escócia vem da sua primeira participação da Eurocopa, em 2017, e uma classificação para o Mundial com só uma derrota em oito jogos. A meia Kim Little, destaque nos clubes que passou na Inglaterra e nos Estados Unidos, é a principal jogadora da seleção.
Grupo E
Holanda (14/1): Assim como a masculina, a seleção feminina da Holanda vem de bons resultados nesta década após investimentos da federação na modalidade e participa da sua segunda Copa do Mundo consecutiva e desta vez com o título da Eurocopa de 2017 na estante. A atacante Lieke Martens, escolhida pela Fifa como a melhor jogadora em 2017, é a referência da seleção laranja.
Canadá (20/1): Medalha de bronze nas Olimpíadas de 2012 e 2016, o Canadá chega à sua sétima Copa do Mundo consecutiva tentando afastar a fama de decepcionar na competição e busca alcançar o potencial que mostrou em outros torneios. Com 181 gols pela seleção, essa deve ser a última chance da atacante Christine Sinclair de conseguir um título mundial.
Nova Zelândia (60/1): A Nova Zelândia participa do seu quarto Mundial consecutivo com uma das seleções mais experientes da competição, com sete das jogadoras convocadas com pelo menos cem jogos. Com nenhuma vitória em quatro participações no torneio, a atual tetracampeã consecutiva da Oceania vai usar essa experiência da meia Ria Percival para tentar sair do zero.
Camarões (500/1): Camarões tenta repetir a campanha surpreendente de 2015, quando conseguiu classificação para as quartas de final em sua primeira participação na competição. A atacante Gaëlle Enganamouit, escolhida como melhor jogadora africana em 2015, é o coração da seleção camaronesa.
Grupo F
Estados Unidos (2/1): A atual campeã mundial e primeira colocada no ranking da Fifa está na França com a missão de chegar à sua terceira final consecutiva e conquistar o quarto título na Copa do Mundo após uma campanha ruim nas Olimpíadas de 2016, quando terminou no quinto lugar e ficou sem a medalha de ouro só pela segunda vez na história. Entre os vários destaques da forte seleção, a volante Julie Ertz se consolidou como titular e é uma das responsáveis pela forte zaga norte-americana.
Suécia (20/1): Medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 2016 e vice-campeã mundial em 2003, a sempre consistente Suécia tenta ganhar na França o seu primeiro título na Copa do Mundo em um momento de reestruturação da seleção após a aposentadoria precoce da grande estrela Lotta Schelin. Aos 23 anos, a atacante Stina Blackstenius foi alçada ao papel de protagonista e é o destaque da convocação sueca.
Chile (100/1): Após campanha surpreendente campanha na Copa América de 2018, em que saiu com o vice-campeonato, o Chile conseguiu sua primeira classificação para a Copa do Mundo e usa o torneio como aprendizado e tentar elevar o nível do futebol feminino no país sul-americano. A goleira Christiane Endler, do Paris Saint-Germain, é a grande destaque da equipe.
Tailândia (1000/1): A Tailândia participa da sua segunda Copa do Mundo consecutiva após conseguir classificação com o quarto lugar na Copa da Ásia de 2018. A meia Kanjana Sungngoen continua sendo uma das principais destaques da seleção asiática.